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O humor da cidade

A fragrância exala
Suas madeiras desbotadas
Levada pelas ventosidades
De saudades anacrônicas
Numa existência infernal
Das madrugadas insones
Calmamente mastigadas
Por um silêncio profético
 
A meia-luz interior das casas
Liberta a clandestinidade
Consagrada do culto ao prazer
Dos dias que ninguém jamais
Poderá deter ou adulterar
Desse cimento implacável
De uma cidade que transcende
Á carne, indiferente ao tempo
 
Carregando fardos de agonia
Enquanto outros flutuam
Em venturas de amores lascivos
Este morredouro de esperanças
Ardente por cheiros e rostos
Carrega a multidão impetuosa
Pelas ruas que estilhaçam vidas
E ventos que embalam sonhos

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