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METAMORFOSE

Ele era pobre; ela, prostituta.
Seus olhares, acordes de amor,
Se descobrem diante do vapor
Duma fumaça lírica de aventura.
 
Ambos envergaram as retinas
Na tentativa de descobrir o óbvio,
Que era o cio chamado dilúvio
Das relações sensíveis e cretinas.
 
Logo se debruçaram sobre a cama
Onde a poesia e a paixão inflamam
O contato físico da nudez mais pura.
 
Tantas vezes se deram ao enlace
Que o amor brotou na performance:
Ele, rico; ela, agora, doce criatura!
 
 
DE  Ivan de Oliveira Melo

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