Estirado no leito
O mundo rendido a teus sonhos
A noite, distante aurora de outra terra,
O mar e sua tristeza
selvagem de animal insone sob a lua,
as ondas que avançam perseguidas
como o amor indomável
vagam numa vibração errante entre os ares.
Tu sentes no peito essas secretas
reminiscências puras da vida,
distantes dos braços
e no sonho próximas,
e mais próximas nesta hora
no íntimo abrigo de uma alcova
como ao encontro furtivo de dois amantes,
lívida ante a solitária nudez deslumbrante.
Estirado de fadiga aqui no leito,
dos países estranhos amaste
a beleza, remota do outono
e o obstinado amanhecer no inverno,
a ternura úmida da paisagem,
teus passos mudos na cidade descoberta,
teus passos solitários, o encontro
da adorável palidez como fantasma.
Com o movimento triste nos dedos
não apartes essa música,
não despertes a vida:
estas vozes que roçam o ouvido como asas
testemunhos hão de ser do sonho em tuas lembranças.
Piaciuto o affrontato da...
