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A CIGARRA

Ando bastante triste, estou cansada,
Por isso meu canto é mais que grito,
Deixo que o chio atravesse o infinito,
Então todos sabem que sou a cigarra.
 
Não me importa o chiado das pessoas,
Sei que há gentes que fecham ouvidos,
Porque não suportam escutar os grilos
Muito menos dar à audição tons à toa.
 
Quando minha melodia aquece a noite,
As criaturas ficam inusitadas, dão coice
Como se fossem corcéis de madrugada.
 
Só que minha voz é o anúncio da morte
Que vai levar-me, embora não concorde,
Porque nessa hora da vida sou estuprada!
 
 
 
DE  Ivan de Oliveira Melo

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