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OS CÃES

Solto meus cães famintos na avenida...
 
Claro! Não são caninos de verdade,
São meus dissabores que mordem à toa.
 
Deixo-os livres nas esquinas sombrias
A fim de que possa eu curar-me das dores
Alfinetadas perante as mazelas do dia a dia.
 
Sangro-me das dentadas afiadas que afligem
Meu corpo e minha alma tão carentes do afeto
Que insisto em procurar nas veredas da vida,
Por isso liberto esses cães devoradores de sonhos.
 
Quanto mais os jogo nos canteiros das ruas,
Mais feridas entornam meus caminhos obscuros,
Então aprendi a lambiscar com os dentes o devaneio
Que saltita em meu âmago tão desejoso quanto eu
De encontrar um beco onde a felicidade faça morada!
 
DE  IVAN DE OLIVEIRA MELO

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