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FÁRMACO

Às vezes percebo-me a alma enferma
Embora corpo e órgãos estejam sadios...
Não sei o que me causa tais desvarios,
Pois minha saúde não me dá celeuma.
 
Vivo a confabular discreto com o íntimo:
O que ocorre dentro de ti todo o tempo?
Sinto-me desleixado perante meu senso
E as palavras não identificam o psíquico.
 
A sensibilidade conota sinais duma arte
Donde busco compreender sem o alarde
As peripécias que a imaginação fantasia...
 
Ah! Agora eu entendo o que se me passa,
Trata-se de uma doença incólume e rara...
Remédio que ataca os poetas: é a poesia!
 
 
DE IVAN DE OLIVEIRA MELO

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