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Euforia, Ironia I

I - Da Chegada da Banda

É a banda que toca e que passa.
É a banda que toca e que passa.
 
Escava o pavimento da cidade sórdida,
Extorque dos lampies a luz da farra,
Reluze como lua refletida,
Exibe-te, qual rosa trepadeira.
 
E a banda, que toca e que passa?
E a banda, que toca e que passa?
 
Extrai do solo o sumo da saudade
Da vergonha, da vacância, da vaidade,
Maquia-te, mascara esta amargura
Com folia, frenesim, frivolidades.
 
Onde, a que toca e que passa?
Onde, a que toca e que passa?
 
Procura-a, afoito e desgraçado
Em cada canto, em cada mão, em cada lábio,
Vai a todo lugar e sente-te em lugar nenhum,
Escava todo peito e descobre, em cada, alento algum.
 
Cadê, a que toca e que passa?!
Cadê, a que toca e que passa?!
 
E ri-te, aberto, entregue e pleno,
Mesmerizado à comoção e ao movimento;
Destroça e desbarata tua desgraça,
Que é a banda! É a banda! É a banda!
 
Sempre surpresa, sempre atrasada,
É a banda que toca e que passa!
 
Perdoa a mora, encarna a glória
Da paz que ela traz. Te entrega e dança!
É só pujança, é só esperança, e ainda ânsia
De durar para sempre o elã da banda!
 
Sempre surpresa, sempre esperada,
Enfim a banda que toca e que passa!
 
Sempre surpresa, sempre aclamada,
É a banda que toca e que passa!

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