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Normal

O mais normal do mundo.
Minto, grito, jogo, irrito.
Às vezes tô pobre, às vezes tô rico.
Vou lá, venho na praça.
Já bebi cachaça do mercado
da esquina da minha casa.
Quero amor e quero sorte.
Se me tira quero a morte.
Sou o mais normal do mundo.
Tenho medo do escuro.
No banco crio fundos,
nos sonhos crio mundos.
Cago e crio canto e voz.
Sou a fera feroz e as vezes o sapinho.
O mais normal do mundo,
tenho medo do escuro,
tenho medo do cansaço,
e o procuro.
Já perdi tanta coisa,
já ganhei muito mais,
mas nunca dessas sortes que saem nos jornais.
Vivo num teatro,
interpretando quem quero.
Talvez fosse triste não ser normal,
às vezes sou alegre.
Eu até me desespero.
 
 
Gabriela Quenard N.

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